terça-feira, 13 de abril de 2010

FIDES ET RATIO


De nada vale o andor suntuoso
quando o ídolo de bronze formoso
sustenta-se sobre pés de barro
enquanto a saliva da prece faz-se escarro
expelido por um devoto tísico
cujo Deus ignora o corpo físico.

De nada vale o positivismo implacável
ou a falácia da neutralidade inexorável.
A crença cega na famigerada infalibilidade
ignora que a verdade é a negação da verdade
e a suposta neutralidade distingue seres inanimados
de homens que só existem ideologicamente situados.

A fé constitui uma linha geodésica
tão fantasiosa quanto patética.
A razão é uma senhora puritana
que manipulada deita-se em qualquer cama
Fé e razão fazem-se damas impostoras
Quando da verdade absoluta se dizem portadoras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário